terça-feira, 19 de janeiro de 2010

lembro-me do meu vovô sentado em sua cadeira de balanço
Cabelos brancos e ralos, rosto cansado
Está tremendo, pelo tempo que já viveu
Observando quem passa na rua, no passo apertado

Imaginava no que pensava meu bom velhinho
Com seu olhar triste perdido no tempo
Será que sua lembrança, embora lenta era boa
Ou passava rápida, assim como passa o vento

Acho que pensava em minha vovó que morreu
Deixando para trás um coração que amava
Que tristeza tinha aquele olhar
Então percebi, que uma lágrima rolava

Me aproximei e um carinho lhe fiz
Um sorriso banguelo ele me deu
Dizendo baixinho que me amava muito
E seu olhar novamente se perdeu

Perguntei a minha mãe o que se passava
Ela me disse que ele iria embora
Que seu lugar era em um asilo
Que não tinha obrigação, pois era apenas sua "Nora"

Não consegui entender o que ouvi
Sabia apenas que minha casa era um lar
Como não cabia mais meu vovozinho
Se ali sempre foi o seu lugar ?

Chorando, implorava para que ele ficasse
Pois com ele aprendi tudo que hoje eu sei
A dar valor a cada minuto que vivia
Ate a primeira pipa que eu empinei

Não consegui, o levaram de mim
Que tristeza ficou em meu peito
Nem visitá-lo posso mais
Pois na primeira noite, morreu em seu leito

Com isso, descobri que em nossa vida
Devemos aos mais velhos amar se dedicar
Nunca abandoná-los, pois sofreram por nós
Ensinando o que é dignidade e ao próximo respeitar

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